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Notgeld: Dinheiro de Emergência

As cédulas de emergência sempre existiram e circularam em muitos lugares, mas na Alemanha e em sua zona de influência a partir do início da Primeira Guerra Mundial, circularam uma grande quantidade de cédulas. Elas se tornaram muito especiais graças ao seu conteúdo histórico-cultural.


Frente e verso de Notgeld de 75 Pfennig emitido em 1921
pela cidade de Kreuzburg na Silésia Superior (atual Polônia)

Essas cédulas de emergência circularam entre 1914 e 1923. Durante esse período a escassez de meios de pagamento e abastecimento geraram um grande conflito para toda a sociedade. Os governos locais, as empresas e outras instituições começaram a emitir o seu próprio dinheiro – o Notgeld – ou dinheiro de emergência. Essa categoria surgiu de um nome pouco agradável, o Kriegsgeld (dinheiro de guerra), juntamente com vales que eram utilizados para o controle do abastecimento de alimentos básicos.

O Notgeld passou a circular como alternativa para remediar a necessidade de meios de pagamento. Suas primeiras amostras eram de aparência simples, mas com a prolongação e as diversas possibilidades de seu uso, foram ganhando acabamento mais luxuoso, inclusive utilizando-se materiais pouco comuns, como tecidos (ex. seda e linho), couro e madeira.


Notgeld de 50 pfennig de Wittenberge

A classificação do Notgeld depende da forma e utilização. No início, como troco, o Kleingeld (dinheiro miúdo), tornou-se tão interessante que logo surgiu uma grande quantidade de colecionadores. Poucas vezes, seu valor ultrapassou a unidade monetária da época, sendo quase sempre denominados em Pfennig, a unidade centesimal do Marco alemão, ou Heller, a unidade centesimal da Coroa austríaca. Depois apareceu o Grossgeld (dinheiro grande), que circulou até 1921, com valores que chegavam aos milhões. Esse último criado por sugestão e apoio do Reichsbank, o banco emissor de moeda em nível nacional, pois a instituição não tinha condições de emitir meio circulante suficiente. Nesse período, a Alemanha passou por muita agitação, desde greves e rebeliões a tentativas de golpe. O Grossgeld, devido ao seu alto valor, era de beleza e qualidade de impressão superiores. Isso possibilitou uma melhor satisfação de muitas necessidades, como a publicidade de cidades turísticas, empresas e instituições creditícias, que chegaram a emitir suas próprias cédulas.

Com a grande emissão de moeda e o seu posterior descontrole, graças à necessidade de pagamento de altíssimas dívidas de guerra. Logo veio o último período, o de Inflationsgeld (dinheiro de inflação), levando as moedas dos países da Europa central a um precipício sem fundo.

Na Alemanha os preços subiram vertiginosamente – um pedaço de pão chegou a custar quinhentos bilhões de Marcos. Nos portões das fábricas, as mulheres dos operários ficavam esperando o dinheiro ganhado no dia, para que ele não perdesse todo seu valor até o final do expediente. Somente em 1923 o Marco atingiu o valor de um trilhão, em relação ao padrão original.

O resgate definitivo do Notgeld foi determinado ainda em 1923 e a sua quitação estava concluída dentro de um ano.
 


 Acima à esquerda, Notgeld de 50 Pfennig de Dingolfing (Bavária), mostrando suas especialidades arquitetônicas locais e Notgeld da cidade de Vojens (Schleswig), território que esteve em conflito com a Dinamarca na primeira década do século XX, cuja parte fora mantido com a Alemanha, após a realização de um plebiscito.


 
 

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